14/10/2020 às 10h01
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Redação
Cotia / SP
Educação é tema recorrente. Até porque, no Brasil é a única chave capaz de nos tirar do atoleiro. Educação resolve todos os problemas. Formaria pessoas aptas ao desempenho de atividades rentáveis, solucionando o que hoje parece insolúvel: o desemprego. Reduziria a violência. Melhoraria a saúde, porque práticas saudáveis constituem eficaz prevenção às patologias. Salvaria o ambiente, porque povo educado não permitiria a deliberada destruição de seu maior patrimônio: a mata, a biodiversidade, a água e a paisagem.
Há muitos especialistas em educação. Fazem parte daquele rol que é entrevistado a cada providência estatal anunciada. Dissertam e pontificam. Mas, embora estejam na trincheira há décadas, nada se modifica. O quadro da educação brasileira é um dos mais melancólicos em todo o planeta.
Conviria recorrer aos antigos, para verificar o que se pensava sobre educação em sua época. Reli o livro “O que há de errado com o mundo”, de Gilbert Keith Chesterton publicou há exatos cento e dez anos. A parte IV dessa obra se chama “A educação ou o erro em relação à criança”. Extraio dele algumas reflexões que podem servir para aqueles que de fato estejam interessados na formação do educando e não na propagação de suas verdades, num exercício de mero diletantismo.
Para Chesterton, educação é método. Ao escrever “um brado perverso”, assinala: “A falácia da moda é crer que com a educação podemos dar às pessoas algo que não recebemos”. Como se pudéssemos criar aquilo que não somos capazes de imaginar. Dessa concepção equivocada teria surgido o brado “Salvem as crianças”. Mas a verdade é que não se pode salvar os filhos, sem antes salvar os pais. “Não podemos ensinar cidadania, se não somos cidadãos. Não podemos libertar outros se já nos esquecemos da ânsia de liberdade”.
O propósito de Chesterton é atual: alertar os pais de que eles são os primeiros e principais educadores. Educar é mais do que instruir. É ensinar a ser adulto. Uma das boas mensagens extraíveis da Constituição de 1988 é exatamente o trato conferido à educação: direito de todos – em qualquer idade, a todo o tempo da jornada existencial – mas dever do Estado e da família, em colaboração com a sociedade.
O momento é oportuno para despertar os pais para essa obrigação indelegável. Educação é algo muito sério para se deixar exclusivamente sob a responsabilidade do Estado.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2019-2020.
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